Conteúdo:
2.
Indestrutibilidade
3.
Mutabilidade
4.
Imponderabilidade
5.
Penetrabilidade
6. Odor e Temperatura
7. Expansibilidade
8.
Sensibilidade geral
9.
Assimilação magnética
10.
In(visibilidade)/Tangibilidade
11. Luminosidade
7. EXPANSIBILIDADE
A expansibilidade do períspirito possibilita aos médiuns interagir com os Espíritos. A faculdade mediúnica está diretamente ligada à disposição orgânica do médium, conforme se vê nos textos seguintes:
“18. Sendo apenas Espíritos encarnados, os homens têm uma parcela da vida espiritual, visto que vivem dessa vida tanto quanto da vida corporal; primeiramente, durante o sono e, muitas vezes, no estado de vigília. O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.[1]
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.”
“Enfim, o que é peculiar aos médiuns, o que é da essência mesma da individualidade deles, é uma afinidade especial e, ao mesmo tempo, uma força de expansão particular, que lhes suprimem toda refratariedade e estabelecem, entre eles e nós, uma espécie de corrente, uma espécie de fusão, que nos facilita as comunicações. É, em suma, essa refratariedade da matéria que se opõe ao desenvolvimento da mediunidade, na maior parte dos que não são médiuns.”
“75. Estas explicações são claras, categóricas e isentas de ambiguidade. Delas ressalta, como ponto capital, que o fluido universal, onde se contém o princípio da vida, é o agente principal das manifestações, agente que recebe impulsão do Espírito, seja encarnado, seja errante. Condensado, esse fluido constitui o perispírito, ou invólucro semimaterial do Espírito. Encarnado este, o perispírito se acha unido à matéria do corpo; estando o Espírito na erraticidade, ele se encontra livre. Quando o Espírito está encarnado, a substância do perispírito se acha mais ou menos ligada, mais ou menos aderente, se assim nos podemos exprimir.”
Aproveitamos a oportunidade para discorrer sobre um aspecto
muito importante e curioso, que é o rastro luminoso que o Espírito deixa quando
se afasta do seu corpo vivo, possibilidade esta devido à expansibilidade do
perispírito:
118. Antes de irmos adiante, devemos responder imediatamente a uma questão que não deixará de ser formulada: como pode o corpo viver, enquanto está ausente o Espírito? Poderíamos dizer que o corpo vive a vida orgânica, que independe do Espírito, e a prova é que as plantas vivem e não têm Espírito. Mas, precisamos acrescentar que, durante a vida, nunca o Espírito se acha completamente separado do corpo. Do mesmo modo que alguns médiuns videntes, os Espíritos reconhecem o Espírito de uma pessoa viva, por um rastro luminoso, que termina no corpo, fenômeno que absolutamente não se dá quando este está morto, porque, então, a separação é completa. Por meio dessa comunicação, entre o Espírito e o corpo, é que aquele recebe aviso, qualquer que seja a distância a que se ache do segundo, da necessidade que este possa experimentar da sua presença, caso em que volta ao seu invólucro com a rapidez do relâmpago.
“23. Embora, durante a vida, o Espírito se encontre preso ao corpo pelo perispírito, não se lhe acha tão escravizado, que não possa alongar a cadeia que o prende e transportar-se a um ponto distante, quer sobre a Terra, quer do espaço.”
A referência sobre “alongar a cadeia que o prende” diz
respeito a “alongar o perispírito”.
(Saiba mais sobre esse “alongamento do perispírito”, que muitos designam como “cordão fluídico” ou “cordão de prata”, com a leitura da Revista Espírita sobre o Estudo sobre o Espírito das pessoas vivas -Março de 1860).
É a propriedade que o perispírito tem de transmitir
para o corpo físico (cérebro) do encarnado, todos os pensamentos do Espírito
(desejos, sentimentos, percepções, emoções, etc.), bem como transmite ao
Espírito todas as sensações do corpo físico e do mundo espiritual.
Assim encontramos em Kardec:
“O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos. Pelos órgãos do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido espiritual, ou psíquico, elas se generalizam: o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico.”
“No corpo, essas sensações estão localizadas nos órgãos que lhe servem de canais. Destruído o corpo, as sensações tornam-se gerais. Eis por que o Espírito não diz que sofre mais da cabeça do que dos pés.(...) Sabemos que há percepção, sensação, audição, visão; que essas faculdades são atributos do ser inteiro e não, como no homem, de uma parte do ser.”
9. ASSIMILAÇÃO MAGNÉTICA
O perispírito, além de possibilitar ao Espírito receber
as sensações transmitidas pelo mundo exterior, também é passível de assimilar
fluidos de outro Espírito, bem como os que permeiam o meio ambiente. Vejamos
inicialmente a ação dos Espíritos sobre os encarnados que lhes servem de
intermediários para suas manifestações:
236. (...) o vosso perispírito e o nosso procedem do mesmo meio, são de natureza idêntica, são, numa palavra, semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais ou menos desenvolvida, de magnetização mais ou menos vigorosa, que nos permite a nós, Espíritos desencarnados e encarnados, pormo-nos muito pronta e facilmente em comunicação.
Vejamos agora a ação magnética exercida com finalidade de cura
nos encarnados:
33. A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras
1º pelo próprio fluido do magnetizador;
2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado;
3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual.
E, finalmente, vejamos a assimilação que perispírito
está passível ante os fluidos ambientes:
18.(...) Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
É importante ressaltar que os fluidos, por si só, não possuem
qualidades. As qualidades são adquiridas no meio em que se elaboram. Vejamos
Kardec explicando sobre o assunto:
“Fora impossível fazer-se uma enumeração ou classificação dos bons e dos maus fluidos, ou especificar-lhes as respectivas qualidades, por ser tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles. Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.”
10. IN(VISIBILIDADE) – TANGIBILIDADE – BICORPOREIDADE
Sabemos que o Perispírito é formado por fluidos
etéreos, em outro estado da matéria, porém sabemos, por inúmeros relatos, que
existem pessoas que dizem ver os Espíritos. Que lhes descrevem a fisionomia, a
roupagem, a expressão, etc.
Muitas questões sobre esse assunto permeiam nossos
pensamentos, e que Kardec teve o cuidado de investigar minuciosamente,
esclarecendo assim as dúvidas a esse respeito. Vejamos como o Espírito pode
ficar visível e tangível, e até mesmo como o Espírito de um encarnado pode
aparecer para muitas pessoas:
“105. Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, sem que, entretanto, jamais os tenhamos visto. Mas, também, do mesmo modo que alguns desses fluidos, pode ele sofrer modificações que o tornem perceptível à vista, quer por meio de uma espécie de condensação, quer por meio de uma mudança na disposição de suas moléculas. Aparece-nos então sob uma forma vaporosa.
A condensação (preciso é que não se tome esta palavra na sua significação literal; empregamo-la apenas por falta de outra e a título de comparação), a condensação, dizemos, pode ser tal que o perispírito adquira as propriedades de um corpo sólido e tangível, conservando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível. Podemos apreender esse efeito, atentando no vapor, que passa do de invisibilidade ao estado brumoso, depois ao estado líquido, em seguida ao sólido e vice-versa.”
Vejamos agora, ainda no item 105, quais as condições para que acontecem as aparições:
“Esses diferentes estados do perispírito resultam da vontade do Espírito e não de uma causa física exterior, como se dá com os nossos gases. Quando o Espírito nos aparece, é que pôs o seu perispírito no estado próprio a torná-lo visível. Mas, para isso, não basta a sua vontade, porquanto a modificação do perispírito se opera mediante sua combinação com o fluido peculiar ao médium. Ora, esta combinação nem sempre é possível, o que explica não ser generalizada a visibilidade dos Espíritos. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; não basta tão pouco que uma pessoa queira vê-lo; é necessário que os dois fluidos possam combinar-se, que entre eles haja uma espécie de afinidade e também, porventura, que a emissão do fluido da pessoa seja suficientemente abundante para operar a transformação do perispírito e, provavelmente, que se verifiquem ainda outras condições que desconhecemos. É necessário, enfim, que o Espírito tenha a permissão de se fazer visível a tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou só o é em certas circunstâncias, por motivos que não podemos apreciar.”
Vamos completar essas informações acima com as seguintes
perguntas que Kardec direcionou aos Espíritos:
“4ª Que fim objetivam os Espíritos que se manifestam visivelmente?Isso depende; de acordo com as suas naturezas, o fim pode ser bom, ou mau.”
“20ª Os que veem os Espíritos veem-nos com os olhos?Assim o julgam; mas, na realidade, é a alma quem vê e o que o prova é que os podem ver com os olhos fechados.”
“24ª Os Espíritos que aparecem são sempre inapreensível e imperceptíveis ao tato?Em seu estado normal, são inapreensível, como num sonho. Entretanto, podem tornar-se capazes de produzir impressão ao tato, de deixar vestígios de sua presença e até, em certos casos, de tornar-se momentaneamente tangíveis, o que prova haver matéria entre vós e eles.”“25ª Toda gente tem aptidão para ver os Espíritos?Durante o sono, todos têm; em estado de vigília, não.”
(Ver casos de aparições de Espíritos na Revista Espírita: O Duende de Bayonne-Revista Espírita fevereiro de 1859 / Uma aparição providencial-Revista Espírita julho de 1861.
“Não possuindo órgãos sensitivos, eles podem, livremente, tornar ativas ou nulas suas percepções. Uma só coisa são obrigados a ouvir: os conselhos dos Espíritos bons. A vista, essa é sempre ativa; mas, eles podem fazer-se invisíveis uns aos outros. Conforme a categoria que ocupem, podem ocultar-se dos que lhes são inferiores, porém não dos que lhes são superiores.”
11. LUMINOSIDADE
Essa é a última e uma das mais belas e interessantes
propriedades do perispírito:
(...) “O perispírito possui, por natureza, uma propriedade luminosa que se desenvolve sob o império da atividade e das qualidades da alma. (...) O esplendor da luz é proporcional à pureza do Espírito; as menores imperfeições morais a ofuscam e enfraquecem. A luz que irradia de um Espírito é, assim, tanto mais viva quanto mais este é avançado.”
Um Espírito pode aparecer sob forma luminosa, ou transformar uma parte do seu fluido perispirítico em foco luminoso.
(Recomendamos a leitura A Gênese, os milagres e as predições
segundo o Espiritismo > Os milagres > Capítulo XV - Os milagres do
Evangelho > Estrela
dos magos).
Analisando as informações acima entendemos que a propriedade luminosa do perispírito é proporcional ao estado evolutivo do Espírito. Quanto mais este é evoluído, mais sutil, mais etéreo é o perispírito e consequentemente mais luz ele irradia.
Uma observação a fazer é que essa luz dos Espíritos não tem similaridade com a nossa luz material, visto que esta é composta de matéria ponderável.
A esse respeito, a título de exemplo, trazemos o seguinte texto para mostrar que não é apenas a luz que conhecemos que existe no Universo:
24. Pois que a visão espiritual não se opera por meio dos olhos do corpo, segue-se que a percepção das coisas não se verifica mediante a luz ordinária: de fato, a luz material é feita para o mundo material; para o mundo espiritual, uma luz especial existe, cuja natureza desconhecemos, porém que é, sem dúvida, uma das propriedades do fluido etéreo, adequada às percepções visuais da alma. Há, portanto, luz material e luz espiritual. (...) O mundo espiritual é, pois, iluminado pela luz espiritual, que tem seus efeitos próprios, como o mundo material é iluminado pela luz solar.
Ver este texto também em: Roteiros de Estudos do IDEAK
Sugestões de Materiais Complementares
Origem, Forma, Perispírito - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - SEGUNDA PARTE – com Cosme Massi
https://www.kardecplay.net/pt/video/7-origem-forma-perispirito
O perispírito - Seminário com Cosme Massi
https://www.youtube.com/watch?v=EVR4NP-g-GY
[1]
Todos os grifos são nossos.